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2012 - Livro Vermelho 2013

Annona glabra L. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 08-06-2012

Criterio:

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécie é amplamente distribuída, ocorrendo em diversos Estados brasileiros.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Annona glabra L.;

Família: Annonaceae

Sinônimos:

  • > Annona australis ;
  • > Annona palustris ;
  • > Annona palustris var. grandiflora ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Annona glabra caracteriza-se pelas folhas subcoriáceas e glabras com pecíolo longo variando de 1,2 a 2 cm de comprimento (Lobão et al., 2005). Possui como nomes populares: "araticum", "araticum-do-rio", "araticum-panã" (Pontes et al., 2004), "araticum do brejo", "araticum-cortiça", "araticum-da-praia", "araticum-de-jangada" (Corrêa, 1984 apud Lobão et al., 2005).

Potêncial valor econômico

Fornece madeira própria para carpintaria, caixotaria, ripas, mastros e remos de pequenas embarcações. As raízes são utilizadas como cortiça. As folhas são anti-helmínticas e anti-reumáticas. Os frutos, embora considerados venenosos, são provavelmente comestíveis e utilizados como maturativos e anti-helmínticos (Corrêa, 1984 apud Lobão et al., 2005). Estudos sobre a A. glabra têm demonstrado grandequantidade de compostos de natureza química diversificada presentes em extratospreparados de cascas, caule, folhas e frutos com potencial antiinflamatório nareplicação do vírus HIV em linfócitos, como agente citotóxico, trypanosomicida,larvicida, antimicrobiano, vermífugo, esporicida, analgésico, contraceptivo e antiinflamatório(Siebra et al., 2009).

Dados populacionais

A espécie é abundante e comum às florestas brasileiras (Maas et al., 1992), porém com poucos dados populacionais. Na Reserva Ecológicade Gurjaú, Cabo de Santo Agostinho, PE, estimou-se 75 ind./ha (151 ha), aespécie teve destaque também por apresentar um dos maiores valor de regeneraçãonatural (9,16%) (Silva Junior, 2004; Silva Junior et al., 2008). Foramamostrados sete indivíduos em um fragmentos florestais de Santa Catarina (Siminski etal., 2011).

Distribuição

Espécie de ampla distribuição ocorre nos Estados do Amapá, Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina (Maas et al., 2012). Distribui-se ainda em outros países da América Latina e África (Lobão et al., 2005).

Ecologia

Árvores ou arbustos.Ramos castanho-acinzentados quando herborizados, glabros, lenticelados. Folhas oblongasou ovado-lanceolada, cartáceas. Flores isoladas brancas, terminais. Frutosamarelos sincárpico, obovado a ovado (Maas et al., 2001; Pontes et al., 2004). Sementesadaptadas à dispersão pela água (Maaset al., 1992). Floração em junho, setembro, novembro e dezembro e frutificação de janeiro a março, junho e dezembro (Lobão et al., 2005). Desenvolve-se em vegetação demangue, restinga e matas de galeria (Pontes et al., 2004). Apesar de ocorrem em ambientes florestais também essa espécie é típica de áreas de mangue (Lobão, com. pess.).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes É uma espécie com ampla distribuição, mas que ocorrem em ambiente extremamente ameaçado, vegetação de mangue (Lobão, com. pess.).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Criticamente ameaçada" (CR), segundo a Lista vermelha daflora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

Referências

- MAAS, P.; RAINER, H.; LOBÃO, A. Annonaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB110237>. Acesso em: 20/03/2012.

- MAAS, P.J.; KAMER, H.M.D.; JUNIKKA, L.; MELLO-SILVA, R.D.; RAINER, H. Annonaceae from Central-eastern Brazil. Rodriguésia, v. 52, n. 80, p. pp. 65-98, 2001.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

- PONTES, A.F.; BARBOSA, V.M.R.D; MAAS, P.J.M. Flora Paraibana: Annonaceae Juss. Acta bot. bras., v. 18, n. 2, p. pp. 281-293, 2004.

- SILVA JÚNIOR, J.F.D.; MARANGON, L.C.; FERREIRA, R.L.C.; FELICIANO, A.L.; BRANDÃO, C.F.L.S.; ALVES. Fitossociologia do componente arbóreo em um remanescente de Floresta Atlântica no Município do Cabo de Santo Agostinho, PE. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v. 3, n. 3, p. pp.276-282, 2008.

- SIEBRA, C.A.; NARDIN, J.M.; FLORÃO, A.; ROCHA, F.H.; BASTOS, D.Z.; OLIVEIRA, B.H.; WEFFORT-SANTOS,. Potencial antiinflamatório de Annona glabra, Annonaceae. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 19, n. 1, 2009.

- SILVA JÚNIOR, J.F.D. Estudo fitossociológico em um remanescente de floresta atlântica visando dinâmica de espécies florestais arbóreas no município do Cabo de Santo Agostinho, PE. Dissertação de mestrado. Pernambuco, RE: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2004.

- SIMINSKI, A.; FANTINI, A.C.; GURIES, R.P.; RUSCHEL, A.R.; REIS, M.S.D. Secondary Forest Succession in theMata Atlantica, Brazil: Floristic and Phytosociological Trends. ISRN Ecology, p. pp. 1-19, 2011.

- LOBÃO, A.Q.; ARAÚJO, D.S.D.D.; KURTZ, B.C. Annonaceae das restingas do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia, v. 56, n. 87, p. pp. 85-96, 2005.

Como citar

CNCFlora. Annona glabra in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Annona glabra>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 08/06/2012 - 18:18:37